O sotaque já
entregava. Antes mesmo de perguntar a naturalidade do frentista por mim
abordado, já sabia que de Curitiba ele não era. O "R" típico não enganava e de uma
coisa eu estava certa: ele era nordestino. Depois de algum tempo de conversa,
ele, enfim, confessou: nasceu e foi criado em Piauí.
Devaldo tem
34 anos e está em Curitiba há menos de um mês. Deixou o interior de seu estado e veio direto para a
capital do Paraná. Embora tenha vindo completamente sozinho, o que não falta na
Grande Curitiba são parentes. Eles são tantos que Devaldo diz ainda não ter
tido tempo para fazer uma visita a todos. Mesmo estando em Curitiba há menos de
um mês, o piauiense diz já ter feito alguns amigos, principalmente no posto de
gasolina onde trabalha.
Como muitos,
o motivo da saída de sua terra natal foi
a busca por novas oportunidades. Até
agora, o frentista não está arrependido. “Cheguei e já consegui esse emprego.
Tô gostando bastante, é como eu imaginava”, diz Devaldo. Ao ser questionado por
mim como conseguiu o emprego nos primeiros dias na nova cidade, ele confessa: “O
gerente é meu parente”.